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Positivismo e Determinismo na Crítica Literária
Positivismo e Determinismo na Crítica Literária

 

Positivismo e Determinismo na Crítica Literária

O POSITIVISMO DE AUGUSTE COMTE

Auguste Comte: filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo.  

 

 

Auguste Comte (1798-1857) foi quem primeiro utilizou o termo “sociologia” aplicado ao estudo da sociedade.

 

Ideias fundamentais:

  1. Os fenômenos sociais, assim como os de caráter físico, obedecem a leis específicas;
  2. Todo conhecimento científico e filosófico tem por objetivo o aperfeiçoamento moral e político do homem.

 

  • Compreender o panorama das tendências da crítica literária no século XIX.
  •  Identificar os pressupostos da crítica positivista e determinista.
  • O Positivismo é uma doutrina filosófica criada por Auguste Comte no início do século XIX. Ela está associada às mudanças ocorridas na sociedade, especialmente à substituição de um modelo social agrário e feudal por um modelo industrial e capitalista.

 

Acreditava-se no progresso e na conquista de benefícios para todos, independente da divisão de classes sociais.

 

O Positivismo integra o quadro de ciências que já haviam atingido a positividade, ou seja, sobre o que não se admite dúvida, a saber: matemática, astronomia, física, química e biologia. A estas ciências Comte acrescentou a sociologia.

 

O que Auguste Comte pretendia era instituir uma “religião da humanidade” que levasse à evolução humana.

 

A partir de 1930, e durante doze o Curso de Filosofia Positiva, anos, Auguste Comte dedicou-se a escrever em seis volumes, e a dar aulas gratuitas para operários.

 

O Positivismo

O Positivismo indicou o caminho do método experimental e da objetividade da ciência.

 

São três os pontos fundamentais da base teórica positivista:
 1 – todo conhecimento do mundo material é consequência dos dados “positivos” da experiência, e somente eles devem orientar o trabalho investigativo;

2 – as ideias se relacionam no âmbito da lógica pura e da matemática;

3 – deve ser descartado todo conhecimento dito “transcendente”, como a metafísica e a teologia, por não serem passíveis de comprovação científica.

 

O positivismoreporta-se ao empirismo (a experiência é um método de conhecimento) e ao iluminismo (o progresso da humanidade se dá através da razão).

 

O objetivo de Comte era formular a síntese dos resultados das ciências positivas.

 

David Hume: filósofo, historiador e ensaísta escocês, celebrizado pelo “empirismo radical” e pelo ceticismo filosófico.(Foto: analisefilosoficatextos.blogspot.com).

 

Filósofos iluministas:

Voltaire, Rousseau, D’Alembert e Montesquieu. A tese de predomínio da razão sobre a emoção subjetiva possibilitou o surgimento das teses científicas e positivistas. (Foto: www.brasilescola.com)

 

O real não é apreendido diretamente pelos sentidos; é necessário que o intelecto aja sobre o que foi percebido para lhe dar algum sentido.

 

O espírito reelabora os dados percebidos pelos sentidos e os organiza segundo uma hipótese de trabalho, criando uma imagem de mundo formada por elementos empíricos e racionais.

 

Na obra Curso de Filosofia Positiva (1830-1842), Auguste Comte dividiu sua doutrina em três etapas do desenvolvimento intelectual da humanidade.

 

Primeiro estágio:

“teológico”, pelo qual o homem explicaria os fenômenos da natureza recorrendo a entes sobrenaturais ou divindades, primeiro em uma crença politeísta (diversos deuses) e, numa fase superior, na crença monoteísta (um só deus).

 

Segundo estágio:

“metafísico”, pelo qual o conhecimento sobre o mundo sensível não se daria por elementos exteriores a ele, mas por conceitos imanentes e abstratos, ou seja, as ideias, as formas, as potências e os princípios.

 

Terceiro estágio:

“estado positivo”, no qual o homem se limita a descrever os fenômenos e a estabelecer “as relações constantes de semelhança e sucessão entre eles”.

 

É no “estado positivo”que se situa a filosofia positivista, que pretende identificar as leis que regem as causas e a essência das coisas de forma a organizar o conhecimento adquirido.

 

Pressupostos fundamentais da filosofia positivista:

  1. Ordenação

2.Classificação das ciências

 

Auguste Comte estabelece, na obra Discurso sobre o conjunto do positivismo (1848), uma proposta de significação moral mais ampla, pela qual indicava o predomínio do coração sobre a razão e a atividade para que se formasse uma “religião da humanidade”.

 

Assim, o positivismo se configurava sob três aspectos:
1. uma teoria da ciência;
2. uma doutrina de reforma social;
3. uma religião.

 

Na obra Sistema de Política Positiva (1851-1854), Comte retoma os propósitos práticos em detrimento dos teóricos ou filosóficos.
Já em O Catecismo Positivista (1852), consolida-se a “religião da humanidade” como credo baseado na ciência.

 

Essas novas ideias dividiram os pensadores do século XIX: os ortodoxos seguiram as propostas religiosas de Comte; os heterodoxos permaneceram fiéis aos postulados iniciais da filosofia positivista, de cunho científico e filosófico.

 

O Determinismo

 

Para o “Determinismo” a natureza, a história e a sociedade estão submetidas a leis e causas que determinam sua existência, sua forma e sua evolução.

 

As concepções deterministas estão presentes na filosofia da Antiguidade Clássica, especialmente no atomismo grego, mas somente foram estabelecidas por uma proposta teórica mais sistematizada no século XIX, devido aos avanços no campo do saber científico.

 

Teses contrárias ao determinismo clássico Werner Heisenberg (1901-1976), através do “princípio da incerteza”, defende a tese de que é impossível conhecer, ao mesmo tempo, a posição e a energia de uma partícula subatômica. Sendo assim, não haveria como determinar, por cálculos matemáticos precisos, as consequências de uma causa específica de um fenômeno. A “teoria quântica” defende a noção de causalidade, mas nega a previsibilidade do modelo clássico mecanicista, pois considera que nem sempre nos é possível conhecer as leis que regem o microcosmo subatômico, levando à compreensão de que uma parte (a causa de um fenômeno) não tem sentido exceto na sua relação com o todo (o que inclui as consequências que alteram o fenômeno). Anteriormente a essas teorias, o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) reconheceu que o determinismo se aplica aos fenômenos, mas que, no campo ético, deve-se reconhecer o livre-arbítrio. Os filósofos existencialistas são os que mais claramente se opõem ao determinismo, pois defendem a tese de que a essência não se sobrepõe à existência humana, ideia estabelecida em famosa assertiva de Jean-Paul Sartre (195-1980): “A existência precede e governa a essência”. O Existencialismo destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano como princípios da evolução humana ao longo da existência, especialmente pelos conhecimentos intelectuais adquiridos.

 

Demócrito de Abdera (cerca 460 a.C. a 370 a.C.) dererummundi.blogspot.com

 

Atomismo é uma filosofia natural que preconiza a existência de partículas mínimas, sólidas e indivisíveis, chamadas átomos, que originam todas as coisas do universo.

 

As doutrinas deterministas estão vinculadas a uma compreensão mecanicista da realidade, estudada a

partir da relação de causa e efeito entre os objetos e fenômenos.

 

A concepção clássica de determinismo teve origem nos estudos de Pierre-Simon Laplace, na Teoria Analítica das Probabilidades (1812), a qual pode ser sintetizada da seguinte maneira: as mesmas causas, em circunstâncias idênticas, produziriam os mesmos efeitos.

 

A filosofia determinista defende a tese de que o homem estaria condicionado a causas anteriores. O que não o exime o homem de suas responsabilidades, mas entende ser possível prever suas ações e os resultados dessas.

 

Contexto histórico e social do Positivismo e do Determinismo

 

Meados do século XIX.

Grandes transformações:

  •  Revolução Industrial
  •  Avanços Científicos

 

Consequências:

  •  O homem sonhou com o progresso e o bem-estar social.
  •  Caos da urbanidade - crescimento desordenado das cidades e distanciamento entre as classes operárias e os donos do capital.

 

Nova orientação cientificista - O homem é visto como um objeto de investigação dentro de um universo de coisas materiais, inserido em um contexto histórico e social, o que o coletiviza, aniquilando sua individualidade.