Translate this Page




ONLINE
2





Partilhe esta Página

                                            

            

 

 


Qualquer Coisa Serve: de Theodore Dalrymple
Qualquer Coisa Serve: de Theodore Dalrymple

CULTURA PODRE E DANOS DO POLITICAMENTE CORRETO

 

QUALQUER COISA SERVE (É Realizações Editora, 272 páginas, tradução de Hugo Langone), de Theodore Dalrymple, pseudônimo do médico psiquiatra, escritor e colaborador de jornais e revistas Anthony Daniels, nascido em 1949 em Londres, é, em síntese, uma pausa para reflexão sobre o apodrecimento moral da cultura moderna e o efeito danoso do politicamente correto na sociedade.  Para o autor, o Ocidente está atolado por uma cultura de mentira, cegueira voluntária e engano de motivação ideológica.

 

Além de psiquiatra, o autor é ensaísta, trabalhou em quatro continentes e atuou até 2005 no Hospital da Cidade e na Winson Green Prison, ambos em Birmingham, Inglaterra.  Escreve para o City Journal; The British Medical Journal; The Times; The Observer; The Daily Telegraph e outros veículos importantes, além de ter publicado, no Brasil, pela É Realizações, os livros A VIDA NA SARJETA; NOSSA CULTURA. OU O QUE RESTOU DELA; PODRES DE MIMADOS – AS CONSEQUÊNCIAS DO SENTIMENTALISMO TÓXICO;  EM DEFESA DO PRECONCEITO – A NECESSIDADE DE SE TER IDEIAS PRECONCEBIDAS; O PRAZER DE PENSAR.

 

Nessa antologia de ensaios, escritos entre 2005 e 2009 para o New English Review, Dalrymple propõe aos leitores uma reflexão sobre questões sociais, políticas e filosóficas, que fazem alusões a temas como o politicamente correto entre os médicos, as falhas da Organização Mundial da Saúde; as revoltas de jovens nas periferias de Paris; mudança de sexo aos 12 anos de idade; o colapso da bolha econômica e o fracasso da justiça criminal.  Tudo parece, infelizmente, remontar à morte da honestidade.  O autor não foge de polêmicas.  Segundo o Daily Telegraph: “As duras verdades que ele diz são todas mais chocantes, porque a mídia, em geral, rejeita em contá-las”.  O Standpoint escreve: “Dalrymple não poderia estar mais longe do estereótipo de pequeno inglês conservador...  Ele é nosso maior ensaísta vivo”.  O The Spectator, por sua vez, sentencia: “Uma rara voz de verdade”.

 

Falando em muitos ensaios sobre as muitas facetas do mal, sobre a impossibilidade de o homem vencê-lo em definitivo e, tratando de temas como a racionalidade, a virtude da liberdade, a questão do Islã, doenças e remédios, o triunfo do mal, a bibliofilia, a biblioclastia e outras questões candentes da atualidade, o autor, mesmo sem ser um pensador sistemático e mesmo sem pretender apresentar respostas e soluções, apresenta aos leitores essa pausa para reflexão e, quem sabe, uma inspiração para futuras ações.

 

Num momento de tanta intolerância, de violência cotidiana e de crises mundiais, a obra de Theodore Dalrymple nos auxilia a entender o mal, ou, pelo menos, a tentar.  Não é pouco.

 

Fonte:  Jornal do Comércio/Jaime Cimenti (jcimenti@terra.com.br) em 19 de junho de 2016.