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José Lopes "Poeta do silêncio"
José Lopes "Poeta do silêncio"

 José Lopes “Poeta do Silencio”

 Por: Adelina Antunes

 

A página do Facebook “Poeta do silencio” e o seu autor José Lopes, têm vindo a adquirir uma visibilidade bastante acentuada quer pela qualidade dos poemas quer pelos vídeos com que ultimamente brinda os seus leitores e com os quais está a “divulgar” uma nova forma de ler poesia, “ensinando”, e ensinando entre aspas porque os sentimentos não se ensinam, a sentir poesia.

 

 

Adelina Antunes (AA) -  Porquê Poeta do silencio? 

José Lopes (JL)  - Os próprios poetas, que nunca deixam de ser homens ou mulheres, debatem-se constantemente com a questão do porquê de sermos o que somos. Mesmo que quisesse não saberia responder. Sinto que o devo ser. A poesia faz parte de mim do mesmo modo que faz parte de mim ser poeta. Sinto a poesia como uma primeira necessidade tal como comer, beber ou mesmo dormir.

O nome poeta do silencio surgiu quando a necessidade de mostrar ao mundo o que escrevia era tão forte quanto a minha própria poesia e maneira de a sentir. Algumas das pessoas que leram os meus primeiros poemas diziam “Tu és o próprio silencio de um poeta” e assim ficou gravado no meu peito: “Eu sou o poeta do silencio”.

 

 

AA -  Silêncio ou “silêncios”? 

JL – Silêncios, claro, como todos os mistérios que existem. Como tudo quanto me rodeia e a todos nós. Como tudo o que fez de mim o que sou hoje.

 

 

AA - Como surgiu em si o gosto pela escrita, nomeadamente pela poesia? 

JL –  Segundo a minha família, já em pequeno eu gostava de escrever para todos, desde pequenas frases, pequenos bilhetes que ia deixando na algibeira da minha mãe e irmãs…

Talvez pequenos recados. Uma maneira de me comunicar quando a minha boca não se atreveria a dizer o que sentia.

Costumo dizer que gostar e necessidade de fazer algo são coisas totalmente diferentes. Claro que gosto de escrever mas sinto que escrever é muito mais do que isso. É como se se tratasse de uma primeira necessidade.

Lembro-me que já quando tinha 17 anos, e ia a alguma pastelaria ou café, andava sempre acompanhado por um caderno e esferográfica onde (depois sentado a uma mesa com revistas e jornais) procurava palavras para formar o que já então eu chamava de sentimentos. As pessoas foram-se habituando a ver-me por ali horas a fio e chamavam-me “pensador”.

A paixão pela poesia surgiu com as emoções provocadas pela saudade e frustração quando me vi forçado a sair do meu país para trabalhar. Foi na irlanda, onde estive um ano, num local isolado e longe da civilização, onde a companhia que tinha eram praticamente só as minhas músicas, que surgiu o meu primeiro poema, “ Ser poeta”.

 

 

AA - Os seus poemas têm uma componente de revolta muito acentuada. Contra a vida, a sociedade, as pessoas e o seu modo de ver o mundo. O que tem a dizer sobre isto? 

JL –  Não tenho vergonha de o afirmar. É verdade. Revolta pelo sistema em que vivemos. Revolta pelos comportamentos sociais (como particulares). Revolta de olhares e dizeres…

Só não tenho vergonha de ver o mundo como vejo. Faz parte de mim.

 

 

AA - Há muita filosofia nas suas palavras. Muita lição a tirar em tudo quanto escreve. O que o faz escrever assim? 

JL –  Filosofia.  A própria palavra descreve-se como uma ciência dos porquês.

Tal como a vida tem muitas perguntas e poucas respostas. Eu, as poucas respostas que encontrei na vida, misturei-as com poesia. Não gosto de dar lições de vida a ninguém. Não gosto nem devo mas dentro de meus poemas encontram-se muitas das lições de vida que aprendi.

 

 

AA - O que é para si a filosofia? Consegue, de algum modo, definir-se como filósofo? 

JL –  Só, e simplesmente por estar vivo, já me considero um filosofo porque não há mais completa e complexa filosofia do que a própria vida. Também, e por outras palavras, costumo dizer que a vida sempre foi o meu maior mestre.

 

 

AA - Ultimamente publica os seus poemas de uma forma diferente. Associados a fotos e música criando uma nova forma de ler a poesia. Porquê os vídeos?  

JL –  Os vídeos surgiram com novas paixões musicais e, muito recentemente, com a fotografia mas surgiram principalmente pela necessidade de me fazer entender. Pela necessidade de me explicar e de explicar emoções escritas e vividas.

 

 

AA - Como surgiu a ideia de apresentar assim os seus poemas? 

JL –  A ideia surgiu quando senti necessidade de mostrar o que realmente sinto a quem realmente gosta do que escrevo.

 

 

AA - Editou um livro: “O meu silêncio”, fale-nos do que foi, e está a ser, para si ver os seus poemas em livro.

JL – “O meu silencio”, a primeira experiencia em edição, foi a concretização de um sonho de muitos anos, não a vejo como uma obra perfeita ma sim como o início de uma nova vida.

Para mim foram momentos únicos vividos com muita emoção e fico sempre feliz quando alguém que comprou meu livro fala dele como se retractasse a vida do leitor e não os meus silêncios.

 

 

AA - Podemos esperar a edição de outro livro para breve? E se sim será novamente de poesia ou vai aventurar-se noutra área? 

JL – Um segundo livro surgirá em breve. Quem sabe se ainda este ano?

Será um livro de poesia com alguns textos poéticos e filosóficos para habituar os meus leitores aos trabalhos seguintes .

 

 

AA – Está a deixar-nos antever que irá haver algo diferente no futuro. Fale-nos dos seus projetos. O que pensa fazer, que sonhos, quais as expectativas? 

JL –  Com certeza irão surgir novos livros de poesia com o estilo que já me é caraterístico. Mas de momento estou a aventura-me no campo da prosa e…, quem sabe o que virá a seguir? Pode muito bem ser um policial, um romance ou… o que mais se verá.

Tudo a seu tempo e conforme as oportunidades.

Um poeta por si só vive de sonhos e eu vou concretizar muitos, com certeza.

 

 

AA - “Todos nós somos poetas e quando não somos, somos o poema” é uma frase sua, o que é que, de facto, quer dizer com isto?

JL Esta frase surgiu em conversas com amigos onde se discutia poesia. Muitos deles diziam que também eles tinham um gosto especial por escrever mas não se sentiam poetas.

Eu discordo completamente dessa ideia! Todos nós somos poetas do quotidiano uns de uma maneira outros de outra mas todos fazemos parte de um grande poema que se chama viver.

 

 

AA - Obrigada José Lopes por se disponibilizar a estar connosco neste espaço que agora começa e por nos falar um pouco de si. De quem é, do que o levou e leva a escrever e de nos ajudar a perceber melhor um poico daquilo que faz.

 

Um pouco mais do nosso convidado pode ser visto:

 

No Facebook:

 https://www.facebook.com/pages/Poeta-do-silencio/424274114331150?ref_type=bookmark

 

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http://viagensdonossosilenc.wix.com/poeta-do-silencio

 

No Youtube:

https://www.youtube.com/channel/UCD4Y98EtzgBn_8STALr70lg

 

10-08-2014