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Restauração Prédios Históricos p/Viver a Cultura
Restauração Prédios Históricos p/Viver a Cultura

DISSEMINAR A CULTURA É O QUE NOS MOVE.

 

O RS é considerado um dos grandes polos culturais do Brasil. E quando se fala em teatros este cenário ganha ainda mais destaque.  O Theatro São Pedro foi pioneiro no que se refere a um projeto de restauro com rigor obsessivo, o Teatro do Bourbon Country foi a primeira experiência qualificada junto a um shopping center, e o Teatro CIEE foi o primeiro a ser construído anexado a uma torre corporativa.  Estes são alguns casos importantes que fazem de Porto Alegre referência no assunto.  No entanto, ainda precisamos evoluir e muito.  O país tem uma dificuldade enorme em lidar com os centros das cidades, onde estão localizados a maior parte dos prédios históricos.  Neste quesito sou defensor da reciclagem para que os empreendimentos emblemáticos ganhem nova função na sociedade e oportunizem modernização, assim como acontece na Europa e nos EUA.

 

Atualmente, temos duas experiências muito ricas nesta área e que são ícones.  A Sala São Paulo que hoje está entre os principais sinfônicos hall do mundo, foi construído na década de 30 e era uma estação de trem de longo percurso.  Outro exemplo altamente qualificado de reciclagem de edifício histórico privado, é o Santander Cultural, onde era a sede do banco Nacional do Comércio em Porto Alegre e se tornou um dos principais centros culturais brasileiros.  Estes dois casos entre tantos outros mostram exatamente os edifícios restaurados cumprindo um novo papel social, mais amplo do que o original e de acordo com a realidade em que estão inseridos.

 

 

Além do avanço necessário na área de restauração de prédios históricos para dar nova vida às cidades e aos seus centros, muito tem se falado na possibilidade dos shoppings centers construírem teatros, como estratégia para ampliar o negócio.  Nós, gaúchos, fomos pioneiros beste sentido com a construção há cerca de 10 anos do Teatro do Bourbon Country, uma das maiores operações de teatro voltada para a cultura já realizada num shopping no Brasil.  Em São Paulo, já existe uma lei de incentivo  em que a área construída para o teatro não é computável, com isso os shoppings não deixam de ter um número menor de lojas, e sim ampliam o seu mix de entretenimento.

 

A vantagem deste movimento é que o shopping irá dispor de um equipamento cultural que agrega à sua variedade de serviços sem penalizar a área comercial.  Outra visão interessante, é que o teatro funciona como uma âncora legítima, sendo que nenhuma outra tem a sua fidelidade, pois os espetáculos têm o seu público.  Esse é o diferencial: quanto melhor programado e afinado com o desenho de oferta de consumo melhor esta metamorfose acontece.  Exemplos de destaque de teatros em shoppings podemos citar vários, entre eles o Bradesco São Paulo, o Bradesco Rio e o Riachuelo, em natal, todos hoje referências neste segmento.

 

 

Mas ainda quando falamos nesse assunto geralmente nos perguntam se o teatro de rua irá acabar com o avanço do teatro em shoppings.  Impossível.  Os teatros de rua tem a mesma força de uma igreja, eles são monumentos e símbolos das cidades.  Mesmo com problemas que conhecemos dos teatros mais antigos, como a falta de estacionamento no local, muitos já fizeram ou estão em movimento para solucionar este entrave.  Além disso, como seria a história sem os teatros de rua contemporâneos que causaram impacto e transformação urbana? Neste ponto poderíamos mencionar a Opera House de Oslo, na Noruega, a Cidade da Música, no Rio de Janeiro e a Sala Sinfônica de Los Angeles.

 

Muito nos orgulha fazer parte desta história.  Desde a restauração do Theatro São Pedro na década de 70 até hoje nos envolvemos em mais de 100 projetos de espaços culturais em 11 estados brasileiros, sendo que a maioria dos citados neste artigo tem a nossa assinatura.  Mais do que projetos de teatros singulares o que buscamos em cada obra é a união entre a beleza, a funcionalidade e a tecnologia, seja no projeto de restauro ou no novo espaço cultural.  Que venham mais 40 anos, pois disseminar a cultura é o que nos move.

 

 

 

Fonte:  Correio do Povo – CS Caderno de Sábado/ Ismael Solé (Diretor da Solé Associados) em 19 de dezembro de 2015.